Wednesday, February 28, 2007

Breve II

Um pouco de Educação

Em Emei Shan (Mt Emei) na província de Sichuan pode se ler nas casas de banho públicas, por cima dos urinois:

"It is so polite to take step further before to urinate"

no urinol vizinho lia-se:

"You can enjoy the Fresh Air after finishing a civilized Urinating"

Ri-me tanto que acabei por ser tudo menos civilizado ou educado...




Chineses os reis do Marketing, andamos sempre a aprender...

Numa loja de Dvd's (copiados e a venda por menos de um euro cada um) em Shanghai lê-se o slogan escrito na faixada.

"The Best Quality DVDs and the Best Prices of Shanghai!!! Come and See!!

Na loja vizinha lê-se:

"Even better and Cheaper than That Shop" (com uma seta a apontar para o vizinho)

O Sun Tzu estaria mto orgulhoso...





Globalização

Na nossa Viagem fomos então ate Emei Shan, uma das quatro montanhas mais sagradas pelos budistas chineses onde pudemos observar templos e estátuas brutais acima das nuvens. Tivemos sorte e ainda conseguimos nos infiltrar na cantina dos monges e almoça por la. Clássicos dos filmes; Cabeça rapada, o traje completo, sorridentes e transpiram calma que ate irrita.
Arroz e vegetais ao menu. "Fizemos votos de simplicidade e é difícil trazer carne ate aqui" Dizem nos. Mais que aceitável, e ate estava bem bom. Almoçámos e seguimos para baixo...
Durante a longa caminhada de regresso cruzei um monge que ia a subir e levava na mão um mega saco da United Colors of Beneton. Parecia um anuncio...

Saturday, February 24, 2007

Be There or Be Square...

Comigo estão:
João Gago, António Guerreiro, João Alves, Rui Bom (C10)
Pedro Lopes (C9 que regressou a Xangai no final do programa)
sua namorada, Helena Sifakis (Franco Grega - espero não me ter enganado no nome...)

São seis da manha, estamos de partida.

Estamos em Jiu Zhai Guo, uma cidade perdida no meio das montanhas na província de Sichuan junto a fronteira com o Tibete.
A China inteira rege-se pela hora de Beijing, razão pela qual tudo está escuro.


Hotel fora atravessamos a praça da vila para chegar à estrada principal.
Ao chegar a rampa que nos leva ate a estrada, passamos pelo posto de segurança. Lá dentro, o segurança fez do seu banco sua cama. Numa cidade em que não se passa nada e nada se passa durante o inverno, um segurança acordado vale tanto quanto um segurança adormecido. Ainda pomos a hipótese de tirar uma fotografia para mais tarde recordar mas ficamos apenas pela ideia e, de sorriso na cara, seguimos ate à paragem.

"A essas horas, não trabalho". disse o nosso motorista.
"Mas vocês não precisam de ir ate a paragem, o autocarro pode parar ali, na estrada principal, a frente do hotel". Continuou.


Esta conversa não me sai da cabeça.
E se por acaso percebemos mal?
E se o Autocarro não parar?
E se chegamos tarde ou eles antecipam-se. O que fazer?
Os voos estão esgotados...
O autocarro das sete é ultimo que nos levará a tempo de chegar a casa e também está esgotado.

A ideia esta no ar mas ninguém quer pensar nisso pois qualquer uma destas hipótese "would put us in deep deep shit"

Todos pousam as mochilas no chão e esfregam as mãos. Está frio. Cada vez mais frio.
Do quente da cama, para a escuridão fria da noite, esfregamos as mãos para tentar não arrefecer.
Poderia ser pior, pensamos.
Se estivesse a chover seria pior, bem pior.
Guardo a mochila as costas. Se calhar por habito, quem sabe se será preciso correr (não seria a primeira vez), ou apenas para guardar as "costas quentes". Sinto me melhor de mochila às costas. Não me perguntem porquê.

Aparece uma Luz...
A medida que se aproxima, começa a tomar formas reconheci veis. É demasiado pequeno para ser um autocarro. Não passa de um taxi. Afinal sempre há taxis a esta hora, nos é que andávamos com os taxis errados.
Ele desacelera a espera de um qualquer sinal de interesse da nossa parte.
Voltamos nos uns para os outros e continuamos a esfregar as mãos.
O taxi acelera e rapidamente desaparece no meio da escuridão de onde nasceu.
Não há casaco ou fibra que resiste a este frio que necessita apenas de tempo para chegar ate o nosso calor mais intimo.
Esfregamos as mãos e começamos a mexer os pés.


Ligo a câmara de Filmar. Este infra vermelhos sempre vão servir para qualquer coisa. Tudo se torna mais claro. Estamos todos verdes.
Já está na hora. Será que não nos enganamos? Será que já passou?

O Pedro Tira o telemovel do bolso e quebra o silencio com um grande Sultans of Swing. Uma musica apenas chegou para nos animar. Já acredito que o autocarro vai parar.

Vêm ai uns faróis. É desta. Corro para o meio da estrada com o Gago, não vá ele não parar por não nos ver.
Pisca está ligado, estamos safos...
Com tanta ansiedade, saiu-me da cabeça onde é que nos íamos enfiar.O regresso de um agradável voo de 45 min por cima de cordilheiras e vistas fenomenais seria um aterrador percurso de 11 horas por entre vales e montanhas.

Chengdu, aqui vamos nós...

Every One On Board...

O calor e a humidade mandam me uma estalada de mão aberta após os dois primeiros degraus. O ar está pesado e pouco respirável. Desconfio que fomos os únicos a nos levantar mais cedo para tomar banho e viajar "fresquinhos".
O fedor que já paira no ar apresenta-me todos os já presentes no autocarro. Misturam se odores de comida, fruta, mofo, pés e fritos que se tornam laminas a cada inspiração.
Sinto vapor a entrar pela boca seca do frio, passar por cima da língua que ate há pouco ainda sabia ao café da manha, seguir caminho pela garganta e invadir-me lentamente o peito.
Não tarda os meus pulmões estarão tão embaciados quanto estas janelas, não tarda o meu bafo estará tão fedorento quanto o deles...
Estou a nadar num banho de gordura e só de respira-la sinto me enjoado. O meu estômago marca presença e começa a dar das suas.
Fecho a boca.
Hoje não me vais dar problemas, senão será pior para os dois...
Fecho os olhos, lembro me que só as primeiras inspirações é que custam.
Concentro-me. Dou uma ultima profunda aspiradela que me anestesia os sentidos e sigo a procura de lugar.

Friday, February 23, 2007

Breve

Bom ano Chinês a todos,

Para quem não sabe este ano é o ano do porco...

O que pode descrever a carga de trabalho com que estou nesta semana a seguir a passagem de ano:"a trabalhar que nem um porco"

As fotografias, historias e aventuras do passado fim de semana serão postas assim que estiver tudo mais calmo.

Espero que por ai esteja tudo bem, bom Carnaval para quem o festejou, já ouvi grandes historias...

gd abraço

Friday, February 16, 2007

Some "Do", Don't, Shouldn't, Couldn't etc...

Particularidades na China...

A regra do sim...
Sempre que ouvem qualquer coisa dizem que sim apesar de nunca fazerem ideia do que estamos a falar. Geralmente acompanhado por um sorriso de orelha a orelha que nos da algum sentimento de confiança... ate descobrir que o taxi esta a ir para o outro lado da cidade, o tamanha da camisola esta errada, a bebida não é bem aquela, etc...

A regra da Repetição...
Sempre que tentamos dizer qualquer coisa em chinês, eles ficam muito perplexos. Fazem nos repetir 5 vezes a mesma coisa. Tentamos por umas variações nos tons, na entoação, não estejamos (nós) a dizer uma bacorada... Ate que, na décima vez..
Eles repetem EXACTAMENTE o que dissemos à PRIMEIRA... Pouco frustrante e ainda menos irritante.... Nomes de rua então, é um festival cada vez que entramos num taxi...

A regra do silencio...
Muito utilizada em termos negociais. Se uma parte fica calada a espera que a outra ceda, esta segunda sente se na obrigação de dizer qualquer coisa. Um simples "E então? Em que é que ficamos" chega para dar a parte como perdida.
Chegamos a aplicar esta técnica quando fomos comprar os nossos moveis para a casa e estávamos a negociar com o senhorio quanto é que ele ia pagar e quanto é que íamos participar.
Ele contrapôs a nossa táctica com a mesma.
Resultado: ficamos uns bons 10 minutos a olhar para o chão (éramos quatro em conversações) sempre a mandar uns olhares fugazes para ver se os nossos adversários estavam a aguentar a pressão do silencio.
Não houve qualquer "sorte de Principiante", fomos comidos... passando..

A regra do meio...
Fomos andar de metro pela primeira vez no sábado. Eles tem um sistema de duas portas, ou seja, o acesso a própria linha esta vedado tirando as portas de acesso e as próprias carruagens do metro tem portas obviamente.
Bem sei que a estação em que apanhamos o metro era concorrida mas nunca pensei ter de fazer uma melee para conseguir entrar num metro. Tivemos de fazer forca em conjunto para conseguir entrar, com tudo a mandar vir, já que a primeira tentativa das portas fecharem levamos com elas em cima. Há! e eles não esperam para que toda a gente que queira sair saia antes de entrar.. É sempre tudo à forca para os dois lados...
Pequeno pormenor... Fiquei mesmo a frente da porta. Ou seja da Saída, que também e entrada.
Estava bem no meio das duas correntes e como é obvio quem esta no meio, f***-se. Valeu a experiência.

As "roulotes" cá do sitio...
Quem nunca foi a uma roulote a seguir a uma noite mais puxada? Como isto já nos aconteceu a todos e mais do que uma vez... Numa dessas visitas não terá sido proferido um comentário do tipo... "Este Hamburger sabe a ratinho... Não passa de um "rat-burger"? (com todas as variantes possíveis, mas percebem o assunto..) Getting to the point...
A saída das discos locais, encontram se uns vendedores de espetadas que são "grelhadas" na hora.
Estômago sensíveis abstenham-se...
Deixem me dizer que a espetada de rato contempla!!! (passava bem sem o picante que lhe põem, mas ainda não sei como dizer isso em Chinês..)

Terás extremas dificuldades em comprar:
Desodorizante...
No Carrefour (que tem uns 20.000 m2) apenas estão a venda desodorizantes da Adidas que estão "escondidos" numa estante debaixo de vidro. Teve de vir a responsável do dpt (a correr) para nos abrir a porta. Nem quero começar a pensar no "BO", especialmente no Verão...

Calções...
Seja em termos de roupa para vestir, e neste caso percebo já que estamos no inverno.. ou será que já estão a aparecer as colecções de Verão por ai?
Seja em calções para fazer desporto... Já percorri 2 centros comerciais (de 7 andares cada um) inteiros e nada. Ficam sempre a olhar para mim como se tivesse a procura de uma coisa que não faz sentido, um ovo de Colombo...

Qualquer coisa que seja sem negociar...
Tudo se negoceia ate chegar ao ponto que se torna cansativo. Tudo se negoceia excepto no Carrefour, Ikea e Wall Mart...

Whatever you do, do not...

Falar de politica, seja ela qual for...

Se perguntarem a quem pertence Taiwan? Resposta clara e directa sem sequer pestanejar:
R.P.China!
A não ser que esteja em Taiwan... Ai, viva la Revolucion!! lol

Falar e comentar em demasia a politica adoptada pelo governo de filho único.
E especialmente não mandar um comentário como eu mandei "Queres falar sobre isso?" Que em Inglês traduz se para um "Do you want to talk about it?". E deve ter saido com maa entoação, a mini boss falou durante horas...

Nunca perguntar a uma asiática como se chama a seguir ao por do sol. A resposta vem sempre sobre forma de numerário. (Jaimety, por sinal, há aqui muitas que se chamam "Nholas")
(NDR: Nhola=500 Yuan=50Euros)

to be continued...

Para todos

Vou ser um pouco comodista..
Quero vos agradecer por todos os mails, as mensagens e os telefonemas que recebi na sexta\Sabado e para os mais distraidos no domingo.
Apesar de estar longe, senti me em casa.
Obrigado.

Um grande Beijinho e Abraco a todos.

Thursday, February 15, 2007

Um pouco de Cultura Chinesa

Está a chegar o ano novo Chinês (Domingo dia 18) e é a festa que eles tem mais parecida com o natal. Ou será um resumo de todas as nossas?
Juntam a família toda como no Nosso Natal. Alias, todos regressam à "Motherland" como dizem.
Toda a gente faz fogos de artifícios como na nossa passagem de ano.
Os mais velhos dão dinheiro de “Boa Fortuna” em envelopes do signo do ano a chegar.
Para quem andou a dormir durante os últimos tempos e não chegou a ver as publicidades da Swatch por Lisboa fora, está a chegar o ano do porco
Segundo o meu Boss (que é de Hong Kong) as crianças em Hong Kong vão de porta a porta desejar a chegada do Espírito do dinheiro. Quem abrir a Porta, Paga!! Um Haloween versão Capitalista, quem diria? Sabem pouco estes chineses...
Tenho de confessar que nada disto foi pesquisado, não passam de informações e conversas com os meus simpáticos colegas locais.
Já todos vimos ou ouvimos falar da Dança do dragão. 10 Chineses enfiam se debaixo de uma minhoca de pano com numa extremidade uma cabeça de Dragão... Um belo ritual que é acompanhado por outra tradição que desconhecia.
“Se te atirarem com alface durante a dança do dragão, Não fiques ofendido” disse me a mini boss. "A alface é um símbolo de prosperidade e boa fortuna."
Não quero parecer pouco receptivo a novas culturas e uma folhinha de alface faz sempre bem a saúde (pelo menos é o que a minha mãe diz) mas se me atirarem com uma alface de Kilo e meio à cara... Dê sorte ou não, vou ficar todo f****.
Veio um clássico comentário..
"Mas vocês não têm um festival em que atiram tomates ate a cidade ficar pintada a vermelho?"
Já é uma sorte eles conhecerem tal ritual mas tive de mandar uma boca, obviamente..
Em Espanha, disse eu, eles fazem disso.
Mas eles também não são os mais brilhantes da Europa.

Este fim de semana vamos aproveitar para ir ate “Chengdu”. É uma capital de província mais perto do Tibete. Iremos la passar o ano e com sorte ainda ter oportunidade para ir ao Parque nacional dos Pandas. A mini boss avisou me para ter cuidado porque as miúdas maaaaaaaais giras da China são de Chengdu. Eu disse lhe para não se preocupar mas quando perguntei se tinhamos lá algum escritório e quais as condiçoes de transferências, ela percebeu que era uma piada.
Foi das maiores descobertas que fiz ate hoje:

Será que os chineses sempre têm sentido de humor?

Wednesday, February 14, 2007

Encontros...

São agora seis horas, está na hora de sair.
Arrumo o meu portátil, limpo a secretaria, ponho o casaco e sigo porta fora. Vou passear ate ao People's Square para não ir directamente para casa.

Está frio cá fora. Está sempre frio ao fim do dia. O sol há muito se pôs e a noite já reina. É a esta hora que Shanghai começa a mostrar os seus encantos.
Chegada a noite a Cidade tímida e envergonhada levanta o véu debaixo do qual se esconde e mostra sorriso. Movimento e festivais de luzes acordam uma cidade adormecida.
São horas de jantar para os locais. O transito caótico disputa os seus espaços com os passeios transbordados. Os restaurantes desaparecem por trás dos vapores das suas cozinhas que fervilham para conseguir responder ao sempre crescente numero de estômago por encher.
Hoje mais do que nos outros dias...
A porta do centro comercial reparo em vários miúdos de presente nas mãos.
Inquietos, os seus olhos procuram em vao por entre a invasora multidão um sinal das suas respectivas mais que tudo. Ramos de flores, caixas de chocolates, balões em forma de coração com um consistente predomínio do cor de rosa e do roxo. Um mais original segura um ramo de ursos de peluche. (Será mais correcto chamar-lhe um conjunto de espetadas de ursinhos de peluche, mas para a historia fica a nota positiva de querer se destacar pela diferenca...)
Cruzo o olhar com um deles que olha fixamente na minha direcção. Um pouco confuso ao principio, ele franze os olhos a procura de certezas. Faço me de indiferente e despercebido mas continuo a olhar com inúmeras perguntas a atravessarem me a cabeça. Lê-se quase desespero no seu olhar. Por esta altura a minha expressão não deve passar de um enorme ponto de interrogação. Continuamos fixados um no outro. Nenhum parece querer ceder.
Ele sustém a respiração por um segundo. Ai, reparo que as flores que segura gritam por ar, o plástico que as envolve enruga-se cada vez mais, mais força e estará quase inutilizavel. Estou a passar na passadeira. Um Funil humano em que ninguém parece querer ir para o mesmo lado.
Estou cada vez mais próximo e mais perplexo. Mesmo que quisesse desviar o olhar não posso, já que ele esta entre mim e a entrada; a multidão embalada não me permite qualquer desvio de trajectoria e uma única desatenção poderá significar um seguimento imparável e doloroso de atropelamentos.
Chego ao passeio. A multidão começa a dispersar e o seu olhar ilumina-se.
Os minhas duvidas caminham a passos largos para quando sou abalroado por uma miúda chinesa. Luto para manter o equilibrio (e o que me sobra de postura estando sobre uma perna apenas), o que consigo fazer ao pisar três avozinhas de meio metro e agarrando finalmente um triciclo sobrecarregado de papelão. Começam a voar os insultos que me passam ao lado. Nos ouvidos apenas reinam os natirutz por esta altura.
Equilibrado e composto começo a procura da criminosa da qual fui vitima. Apanho o ultimo momento dos seus agradecimentos ao meu "amigo". Sorriem e trocam um beijo fugaz antes de desaparecerem por entre os seus pares.
Não era ele que estava entre mim e a porta, eu é que estava entre ele e ela. Começo então a olhar a minha volta. Reparo mais do que olho. A juventude chinesa saiu a rua. Todos se passeiam de mãos dadas, palavras doces são ditas junto dos ouvidos, abraços são trocados e beijinhos são a única coisa que esconde os sorrisos que me inundam as caras a minha volta.
Lembro me então que aqui como em qualquer lado, hoje é dia de S. Valentim.

Monday, February 12, 2007

Cá se fazem cá se pagam...

Sexta feira dia 9, Lunch time.

Mais uma historia de refeição eu sei, mas é a altura em que tenho mais interacção com os meus colegas chineses.
Sexta feira decidiram "brindar-me" com um restaurante a que chamam de ocidental.
Vim depois a saber que no fundo e de Singapura. Não comento...
Mas sem duvidas que tivemos direito a comida ocidental.


Como sempre os menus incluem "sets" especiais de almoço e para não variar a conta nem chega a 4 euros. (e ja estamos a falar num restaurante que denominam de caro...)
Éramos 6. Os actores: uma mini boss, o boss, outros três que ainda tou para descobrir como se chamam e eu.
A mini boss pede a Salada César,

O meu Boss o Pasta Al Fungi (eu tb),
e os incógnitos decidiram se contemplar com Caril de Frango.
Isto num restaurante que, em honra ao Dia de São Valentim, esta forrado do chão ate ao tecto a cor de rosa. Folhes e rendas por tudo quanto é sitio. Estamos literalmente a almoçar numa suite nupcial em Las Vegas. See what I am talking about??
Onde é que começou o meu divertimento? Quando percebi que este restaurante só tem talheres como deve ser e que meus colegas estão tão acostumados aos mesmos quanto nos a ver Neve em Lisboa. (eu sei que já aconteceu, mas vamos concordar que é muitissimo raro...)
O que têm de ter em conta é que toda a comida chinesa é preparada para não ser necessário o uso de faca. Vem tudo aos bocados par a mesa e os pauzinhos realmente chegam para levar a comida da tigela ate a boca (que fica a uns meros 3 cm de distancia do ponto de partida...)
A mini boss recebeu uma sopa de tomate de entrada. A colher eles conhecem e usam. Já não tem qualquer segredo. A primeira duvida foi quanto ao que fazer as torradas que vinham no cimo da sopa.
Será que se comem junto com a sopa? .
Será que se comem de uma dentada só?
Será que se tira para fora e come se a parte?
E se se come, o que se usa para ir la busca-las?
Foram as perguntas que vi passar na cara da mini boss enquanto contemplava a sua mera sopa de tomate de boca aberta.
Ainda pensei em ajudar e explicar que o mais fácil seria afogar as torradas na sopa com a colher. Mas o almoço iria perder metade da Graça. Já que ela era a actriz principal, estava mesmo a minha frente.

A decisão,após reflexão chegou finalmente,
a torrada foi "pescada" manualmente.

Chegada a salada César. A pobre nunca tinha visto folhas de alface tão grandes, até saiam-lhe do prato. Com os olhos mais em bico ficou quando um dos incógnitos lhe tentou explicar que o garfo e a faca serviriam para cortar a alface. O pão de alho torrado ("vellly dllly" segundo ela) também não ajudou e o que era à partida uma salada passou a não ser nada mais do que um conjunto de folhas de alface palpérimas e sem graça. A Salada Cesar ficou decididamente riscada da sua lista de potenciais iguarias ocidentais.

Chineses 0 - Luís 1

O boss jogou pelo seguro e como a massa não escapa muito às noodles.
A cinco centímetros de altura não há muito por onde falhar.

Chineses 1 - Luís 1

And then there where three...

Mas estes não iriam escapar tão facilmente. O frango veio inteiro e numa tigela cheia até acima com molho de caril. O arroz veio a parte. Apesar de dois deles demonstrarem mais à vontade com o manuseamento dos talheres. A luta que se deu nas suas arenas de porcelana rapidamente se tornou num banho de caril que veio estragar a beleza cor de rosa de todo este cenário.

E no melhor pano caiu a nódoa. Até os melhores tiveram de ser render. Pousaram as armas e à mão acabaram a refeição. Hat trick para acabar em beleza.

Chineses 1 - Luís 4

Final da partida.

Que mais podia pedir para os meus anos??

Abraços

Friday, February 09, 2007

Almoço e muito mais...


No outro dia fui almoçar com o meu boss e as minhas duas "mini bosses" (adoram o titulo)
Não passaria de mais um almoço não fossem eles terem decidido me mostrar um prato típico de Shanghai. "Shanghai Chicken". Não sou gajo para me recusar novas experiências, siga para mais uma...
 
Chegados ao restaurante, pedimos mesa. Por azar estavam todas ocupadas, excepto uma que tinha acabado de se levantar. Esperamos meio minuto e aparecem 3 empregadas para por a mesa em condições. Mas antes desta poderosa equipa entrar em acção reparo e comento com os meus botões que a mesa esta estranhamente suja. Os individuais de papel contemplam cada um, um monte restos de comida que ate para chineses parece abuso.
 
Eles não fazem caso, logo eu também não. Não há nada como mostrar-se "adaptado" a realidade chinesa. Apesar disso comento o tamanho dos guardanapos que não passam daqueles mini guardanapos que nos entregam no avião com aquele mini pacote de amendoins no inicio de cada viagem. Responde a Ariel (uma das minis) que o guardanapo serve para limpar a boca e que este tamanho chega perfeitamente para tal. Mostro um ar de concordância apesar de começar a temer para o estado do meu fato e camisa no fim do almoço.
 
Existem duas opções a escolha. Galinha com noodles ou galinha com "poridge". Decido Jogar pelo seguro e vou para a galinha com noodles. As duas minis começam a argumentar se a galinha é cozida em banho maria, a vapor ou no forno. Começa me a vir o apetite.
 
Chega a galinha; Uma galinha por inteiro, fatiada como um rolo de carne, bem branca e sem molho. Nada de se  assustar.
 
Falta um pormenor... Come-se frio... Frio como em "frio acabado de sair do frigorífico".
Chegam as noodles. sem surpresas. noodles banhadas numa sopa/caldo qualquer.  Já é da praxe.
 
Ainda nos dão um molho em que mergulhamos a galinha antes de comer. Confesso que fui positivamente surpreendido, também não há muito por onde estragar. É bom em qualquer parte do mundo.
 
O terceiro bocado que levo a boca (rei dos pauzinhos) vem com brinde. Reparo então que a os ossos ainda cá estão todos. Fatiados como o resto.
 
Vem então a duvida, onde é que vou por os ossos? O prato da galinha é comum, o meu esta cheio de noodles e sopa. Onde é que vou poder deixar tanto osso?
Nem tive tempo de deliberar sobre o assunto que o meu boss responde a questão. Passa dos 10 centímetros de altura em que a cabeça dele se encontra da mesa para 5 cm e, sem pudores, cospe os ossos com o que esta agarrado para cima da mesa. Regressa aos 10 e manda outra "aspiradela" sonora das suas noodles.
 
Pareço um puto a quem se autorizou fazer asneiras... Não é todos os dias que se tem oportunidade de cuspir comida e sair-se impune!!! Com muito embaraço,  chego me abaixo e delicadamente apanho os ossos "a porta" da boca ("El King de los palitos" à seria) e ponho-os em cima da mesa. Como um adolescente que teme ser apanhado em flagrante, lanço uns olhares fugazes à minha volta para ver se alguém reparou na porcaria que acabei de fazer.
Nem ai! Cada um continua a fazer idas e voltas entre os 10 e 5 cm, não deixando muito ângulo de visão para ver o quer que seja que os outros a mesa estão a fazer...
Aproveito o balanço e mando uma aspiradela altamente sonora para tentar descobrir ate onde se pode puxar a corda. Continua todos como se nada fosse.
Acabei de encontrar uma mina de ouro, pensei eu. Mas alguém aqui se lembra de ter ido almoçar com seu boss, ter posto os cotovelos todos na mesa, feito barulho a comer, não ter feito conversa por ter a cara tão espetada dentro do prato, ter cuspido restos para cima da mesa e mesmo assim não ter levado um único comentário ou olhar de lado??
Começo a procura dos bocados com mais ossos para praticar a arte, nunca é demais uma coisa boa. Em Roma, ses Romanos dizem eles... Ave César!!
 
Acabo a refeição e reparo então nos estragos. Os 20 cm de altura que adoptei não chegaram para salvaguardar a integridade da minha camisa.  Parece um campo de tiro de manchas oleosas da sopa das noodles. Não a nada a fazer.
Assim que me queixo que a culpa é da falta de guardanapos grandes, obtenho a resposta que merecia. "Para a próxima, chega te mais perto do prato..."
Nota para mais tarde: 10 cm e não 20... 10!!! 10!!
Chega a conta e uma das minis chega-se a frente, 45 Bimbys para os quatro. (4,5 euros) Nem comento o barato que é, sou surpreendido todos os dias....
 
Acabou-se a brincadeira, esta na hora de voltar para o escritório...

Wednesday, February 07, 2007

Derby Lisboeta or Concentracão de Faro?

Quando o elevador finalmente chegou olhei para o relógio. Ainda estou a horas, pensei.
Apesar de não combinar, uso o meu fato com um novo par ténis. Por um lado porque a minha segunda mala ainda não chegou. Por outro, tenho 20 minutos de caminhada até ao meu destino, sempre é mais confortável. O único cometário que recebi no escritório foi "very fashionable". Tenho luz verde para andar com um calçado "street wear".
Abrem se as portas. Saio do elevador e começo a minha marcha matinal.
Ao passar pelo segurança digo um cumprimento sem qualquer esperança de resposta. Não recebo nenhuma.
Casacão, Headphones e os meus novos "Aviators" completam a minha figura ocidental. Ao passar o portão do aldeamento recebo uma resposta tão estimulante quanto a do primeiro segurança. Nenhum chinês da confianças, não há de começar com estes...

São nove da manha e já tudo mexe como se nunca tivesse parado. Já estão cinco pessoas a espera de taxi, terei mesmo de ir a pé.
Não há que enganar. De casa até ao Ocean Centre, és sempre em frente. Lanço me numa descomprometida marcha digna de um passeio pela praia em dias de tardes quentes.

Passo a primeira banca de jornais. Desta vez não me chama a atenção para tentar comprar o Times Magazine, a única revista que não e esteja escrita em caractres, do mês de Dezembro. Já percebemos os dois que apesar de nos cruzarmos bastante, as hipóteses de trocas são menores.

Na estrada carros, taxis, motas, autocarros e bicicletas passam, ultrapassam e apitam incessantemente. Todos apitam mas todos ignoram os apitos dos outros, fica tudo na mesma. Ponho o som um bocado mais alto.

Passo agora a frente do mercado de pássaros que fica a poucos minutos de casa. Do lado de fora, no passeio, tudo se compra, tudo se vende e nada se entende.
Baldes cheios de agua, vassouras, bicicletas, motas, gatos e ratos cruzam e descruzam tentando seguir o seu rumo há muito traçado.
Sem dar por isso reparo que o meu passo acelerou. Plantas exóticas, peixes ainda vivos, artesanato e tabaco. Muito tabaco. Onde quer que se esteja, está sempre alguém a fumar ao nosso lado.

Vapores, comidas, especiarias, fezes animais e odor humano misturam se aos escapes do transito já acumulado e criam um forte impulsionador de marcha. De repente curiosidade de descoberta cede ao impulso intrínseco de manter o pequeno almoço no estômago. Concentro-me na prioridade do momento, respiro sem inspirar.

Os vendedores ambulantes sucedem-se pela rua fora. Mantas, cachecois, gorros, espetadas de carne, especialidades chinesas, dvds, joalharia, meias e imitações de carteiras da Gucci e Vuitton estão a disposição de qualquer um que tenha tempo para negociar. Aqui tudo se negoceia. E tudo demora tempo a ser negociado. Tempo é o que eu não tenho.

Chego a famosa People's Square. Imagem de marca e ponto emblemático do centro de Shanghai. As avenidas ficam mas largas, os passeios também. Sigo viagem como se já vivesse por aqui faz tempo. É preciso é parecer decidido na escolha do caminho a seguir. Se parecer decidido, os outros desviam-se. Se não parecer, começa a ginástica. Parecendo que não sou dos mais altos a passear pela rua. A minha passada da-me vantagem sobre a multitude de "baixinhos" que caminham a minha volta.
Já tenho de tomar medidas evasivas par conseguir ultrapassa-los. entusiasmei-me com a musica, ja estou a ir depressa demais...

Primeiro grande cruzamento. Tenho de parar. Em cada cruzamento ou quase está um "assistente de transito". Um pobre desempregado qualquer que agarram e plantam na rua para que os sinais de transito sejam minimamente respeitados. Junto a mim vão se acumulando aos cachos. Passado uns segundos passamos a formar um conjunto de peões. Pouco depois já somos um grupo. Somos um grupo e vamos todos a caminho do estádio. Nem és qualquer jogo. Só pode ser um derby. Ou sera que Portugal chegou outra vez a final?
Ja nem sei onde estou mas sinto me quase em casa.
Levo o primeiro empurrão desacompanhado de qualquer demonstração de arrependimento e lembro me então. Estou na China... e a corrida vai começar...

O sinal começa a dar os descontos. Faltam 15 segundos para ficar verde e eles começam a ficar impacientes. 14,13,12 continua o desconto. Apesar de ter sido o primeiro a chegar e ter ficado na borda do passeio, já tenho 3 filas a minha frente. A que se encontra mais a frente já obriga a faixa dos carros da direita a desviarem-se.

Ao nosso lado formou-se um outro grupo. Este formado por triciclos, bicicletas, motas, motinhas e motoes. Todos disputam a melhor posição para a largada e todos apitam a sua vez como que para marcar presença nesta concentração de faro. Que e o que parece cada vez que o sinal fica verde. 8,7,6... Começam se a chegar a frente. 5,4,3... Começa tudo a andar. 2.. Passa o ultimo carro que apita freneticamente ao tentar desviar-se dos peões na passadeira. 1, Verde!!. Ainda nem dei o primeiro passo que já passaram 30 pessoas por mim, duas inclusivas por entre as pernas a falta de melhor alternativa para partir a tempo. Inacreditável... Isto deveria ser filmado. Alias, vai ser filmado. Não perco mais tempo e atravesso a estrada.

Uma já esta. Faltam mais duas. A historia repete se em cada uma delas.

Chego finalmente ao destino. O ocean Centre em Yan'an Road. Ca em baixo, um banco e um Starbucks dividem as laterais da entrada. Este predio foi feito para mim. Todos gritam "Hello Sill"(Sir) cada vez que alguém entra. E com o termos da starbucks (q comprei no 1o dia) debaixo do braço chego ao balcão e peco um clássico Capuccino "Grande" (Ref. What Women Want) já que hoje é o meu dia de sorte. Não esta cá mais ninguém. Nos três minutos que fico a espera a empregada consegue atirar-me com cinco "Wait moment pliiise" tal como foi ensinada, apesar de eu conseguir ver que ela me esta tirar o café. Uma vez entregue dirijo me para o elevador não sem receber um "Goodbye Sill" de todos os empregados.

Entro no elevador com mais quinze pessoas. Mais uma vez, só não levo com a porta no nariz por um triz.... Esta mania ocidental de deixar passar as pessoas... Vai ter de acabar.

Começa o dia de trabalho...

Fotografias 3

Rua tipica dos bairros mais antigos

People's Square com o Gago a levar Graxa..

Tuesday, February 06, 2007

Fotografias 2



Antena de TV no Pudong (East Side)


A Chegada ao jantar com o Primeiro ministro


Noitada no "BonBon"


Depois da Janta do Ministro no "Laris" On the Bund

A Renda de 4 meses... Cash Only!!

Monday, February 05, 2007

Keeping in Touch

Algumas informacoes uteis...


o meu numero de telemovel

+ 86 13761 20 20 21 (China Mobile)
(Pelo skype custa o mesmo do que ligar para o fixo ou seja 0.017 Euro/ min!!)

Morada ainda por definir... (escrever como deve ser..)

ID Skype : Kellyonatrip

msn messenger: luixtarreja@hotmail.com

mail (continua o mesmo) luisestarreja@gmail.com

E o blog, esta disponível em qq restaurante Chinês.

Bjs e Abraços

Sunday, February 04, 2007

Sabado 27, o primeiro jantar


Primeiro Jantar Oficial la em Casa. Gago à esquerda e Antoniolli no Meio


Contactos quase todos em Shanghai

Fotografias 1


Vista da Sala ao anoitecer


A Nossa Sala


People's Square @ Noite


Contacteantes na Beijing Rd


Vista de Casa @ Noite

Primeiras Impressões

Antes de começa a contar historias e aventuras, e preciso dar vos uma pequena ideia numérica da quantidade de gente que se passeia por Xangai. Uma pequena comparação com Lisboa poderá chegar para ter ideia da selva em que me encontro...
Área de Lisboa: 84.8 km2
Área de Shanghai: 6 340.5 km2
População de Lisboa: 2 250 000 Hab.
População de Shangai: 17 780 000 Hab.
Densidade populacional na área metropolitana
Lisboa: 6 368 Hab/Km2
Shanghai: 40 050 Hab/Km2
Ou seja, Shanghai tem cerca de 80 vezes o tamanho de Lisboa e consegue mesmo assim ter 8 vezes mais pessoas no seu centro urbano. Já começam a ficar com uma ideia?
A primeira regra ter em conta quando se anda por Shanghai? Nunca deixar de olha em frente... E para os lados... e para Trás também já que eles aparecem de todos os santos lados(apitam para os peões se chegarem para o lado) . Nunca param (vao travando de vez em quando) e conseguem pedalar a 20 em espaços que nos ocuparia mos com 5 bicicletas, vai se la saber como. Tamos a falar de binas do tempo da revolução industrial de Mao, muitas delas com atrelados ou cargas que chegam quase a medidas dignas de um smart.
Os carros não param nas passadeiras (apitam para os peões se chegarem para o lado) e os taxistas passeiam se no transito que nem ambulância em urgência (de sirenes bem ligadas) se passeiam em Lisboa. A 2a Circular ca do sitio não tem descrição possível. Será filmada na próxima visita ao Carrefour e disponibilizada no youtube com um link directo daqui.
As pessoas na rua, vitimas de um pais sobrepopulacionado em que a regra do primeiro chegado reina, desconhecem expressões tais como "com licença", "se não se importa", "por favor" ou ainda "peco desculpa". Todos passam a frente de todos, seja nas passadeiras, filas, a espera de taxis, elevadores (fazem questão de se porem a porta antes mesmo das outras pessoas saírem).
No meio deste ambiente de "pressa" que se vive, os elevadores, eles também, ficaram afectados. As portas nunca ficam abertas mais de dois segundos. E digo mesmo DOIS segundos. Passa se a vida a levar com as portas na tromba. (perguntem a Madalena, parece ser uma especialista da modalidade. levou com as portas todas de todas as casas que fomos visitar!!).
Existe uma diferenciação a fazer no meio desta massa de gente. A geração de Mao com os seus Quarenta anos para cima. Emblemáticos e tradicionais chineses, ferrados no seu modo de vida e na sua lingua (que passarei a denominar por "Maos"). E a geração mais nova da China, Os designados pequenos imperadores por serem o Resultado da politica de filho único.
Os Maos vivem maioritariament nas partes mais antigas de Shanghai. Casas Baixas e escuras com poucas condicoes. Vivem essencialmente da venda de bens. Pequenas mercearias a frente de suas casas (muitas vezes a própria entrada), pequenos restaurantes ou apenas bancas de Dvd's Piratas, meias ou qq outra coisa que possa ser comprada por transeuntes. As suas maos estão constantemente sujas, as suas unhas tão escuras quanto os seus cabelos, e a dentição começa a estar em via de extinção.
Eles não dão muitas confianças mas o sorriso que lhes ilumina o rosto quando tento balbuciar uma qq palavra em Mandarim parece ser tão honesto quanto a sua higiene pessoal inexistente. Fumam tudo o que lhes aparecer a frente, ate já tem imitações de maços de tabaco.
São todos grandes fãs do Paulo Futre e ainda mais adeptos da sua escarra nasal. Aperta a direita e sopra uma ranhoca pela esquerda, e vice versa. Poupa se muito papel, dizem eles. Nao comento.
Os pequenos imperadores representam a parte mais moderna de Shanghai e o futuro do pais. Tentam estudar na universidade apesar de não haver grande apetência natural para falar inglês. Trabalham nos meios empresariais e são fanáticos de marcas Ocidentais. Nao deixam as suas origens e tradições para trás, gostando de puxar umas lagonhas em "Do", bem do fundo da garganta, e cuspi la em "Mi" para demonstrar toda a beleza sonora que um evento tão repugnante pode atingir. São fanáticos por tecnologias e gadgets. Fumam tudo o que lhes aparecer a frente, ate já tem imitações de maços de tabaco. lol
Não sei se consegui pintar um quadro muito agradável mas desde que cheguei tenho andado sem tempo para parar e apreciar tudo o que esta cidade tem para oferecer. Com o tempo e os fins de semana, isso tudo vira.

O 1o Dia

O dia já estava totalmente planeado. O António S. Guerreiro, residente em Shanghai desde o domingo anterior, passou essa semana a procura de casa para nos os três. Hoje e dia para ver o seu "Best Of"
Deixamos as coisas no Magnificent Hotel junto ao centro e seguimos com o António a "caca" aos apartamentos acompanhados pelo resto da "gang" de tugas invasores. Foram 7 seguidas pela cidade fora mas nenhuma satisfez. Vai ter de ser para amanha.

Com mais a mudança de fuso horário (+8), a palavra de ordem era ficar acordado e depois de passar pelas brasas no Jamaica Coffee House, seguimos para casa do Tio Manuel para um jantar de boas vindas.

Mas que tratamento de luxo!! Chegou nos a dar asas até as onze e picos. Chegou a hora de ir dormir, amanha há mais.

A Viagem

O que se pode dizer sobre a Shanghai?? Ou sera a pergunta certa, por onde se começa a falar de Shanghai? Ja faz dez dias que cheguei ainda não consegui por as ideias todas em ordem. Ordem ate agora e uma palavra que parece não existir por aqui. e isso mesmo. Começamos pela desordem.
Muito surpreendentemente a viagem passou muito depressa. tres horas a passar pelas brasas ate Londres. Brasas essas que me deram o direito de perder aquele tao apetecível pequeno almoço. três horas de escala em Londres passadas entre o terminal 4, o terminal 1 e intermináveis controlos de segurança. Se juntássemos todas as pessoas que tiveram o privilegio de observar a minha muda de cuecas na minha bagagem de mão, teríamos gente suficiente para uma peladinha nos Salesias.

A segunda parte da viagem, mais assustadora do que a primeira (12 horas ate Shanghai) também passou sem problemas. 7 horas a dormir, 2 a ver um filme e 3 a comer.
Chegamos então ao Pudong International Airport pelas 9 da manha, mais 8 que em Portugal. Ainda não o referi mas Esta viagem nao foi feita sozinho. Comigo estavam Joao Gago (meu roommate), Madalena Biancard e Rui Rapazote (que partilham a casa com o Xico Matos e Silva), Paulo Xaoshing (que seguiu no dia seguinte para, ai esta, Xaoshing) e Joao Alves (que partilha a casa com o Rui Silva Bom).
A nossa espera estava o responsável do Icep, o Dr. Manuel Couto Miranda. Esta coisa do "Dr." durou pouco tempo e passou logo para o "Tio Manuel". E, sem duvida alguma, o nosso pai a todos aqui em Shanghai. Se jogasse futebol, seria capa de jornal com "o tio Manuel resolve!!".
Com o Tio estava também o Paulo Chao (peco desculpa, ja que provavelmente o seu nome não se escreve assim). Malas e bagagens para a carrinha alugada para a ocasião e seguimos em direcção a cidade. Começou a aventura...

1o Post

Bons Dias a Todos,

Quero vos apresentar o meu amigo "post".

Como em tudo as primeiras impressões são as mais importantes e consequentemente este primeiro "post" carrega o fardo de dar a cara para tudo o que virá a seguir. Ele já me confessou que está um bocado nervoso e que tem medo de nos desapontar a todos; a vocês, a mim e a todos os outros post que irão nascer no chopsoydevaca.

Disse lhe que ele não tinha de se preocupar já que isto não passa de um blog informativo das minhas aventuras em Xangai, do meu estado de saúde e claro muitas e muitas fotografias.

Um grande abraço a todos, fico à espera de noticias nos comments.

Beijinhos e abraços,

And Welcome to Shanghai!!!